Passamos por um ano que mudou completamente nossas vidas. Após meses de restrições e quarentenas no país, com aulas online, home office e crianças em casa por muito mais tempo, um ponto tem preocupado os pais: como andam a saúde e a alimentação dos pequenos?

Enfrentamos um momento ímpar, diferente de tudo aquilo que idealizamos e imaginávamos passar. É evidente que o cenário atual trouxe impactos. O isolamento social exigiu mudanças. Na era pré-Covid, por exemplo, a preocupação com o tempo de tela, o período gasto pelas crianças em frente a celulares e computadores, era algo comum entre os pais e seu uso se limitava a algumas horas.

Afinal de contas, sabe-se que, entre as repercussões do uso abusivo de aparelhos eletrônicos, estão a prática reduzida de exercícios físicos e prejuízos na qualidade do sono, aspectos que, combinados, aumentam o risco de obesidade.

Só que, com o isolamento social, as telas vêm sendo utilizadas mais frequentemente – muitas vezes, elas são o único meio de contato com crianças e familiares. Atualmente, ser criança perdeu parte do “seu encanto”: os pequenos não podem sair, não podem se encontrar com os amigos, não podem brincar no parque, não podem visitar os avós.

Essas proibições repercutiram substancialmente na saúde, já que estar saudável não significa não estar doente. Temos que entender a saúde em sua totalidade, incluindo os aspectos físicos, emocionais e sociais. A atenção à criança exige o compromisso de prover qualidade de vida, para que ela possa crescer e desenvolver todo seu potencial.

Outra questão preocupante é o hábito alimentar dessas crianças. Em casa e ociosas, é comum descontarem o tédio e a ansiedade na comida. E a maioria dos pais trabalha em casa e frequentemente não tem tempo ou ajuda para elaborar um cardápio mais saudável. Em busca de praticidade, utilizam com regularidade comidas congeladas ou industrializadas de fácil preparo, ricas em gorduras.

Para que não engordemos, é fundamental a existência de um equilíbrio entre a ingestão e o gasto energético. No momento, temos crianças ingerindo mais calorias e realizando menos atividades físicas. Ou seja, um aumento na incidência da obesidade infantil já é algo esperado.

Fonte: Por Flávia Nassif / www.saude.abril.com.br